If I were a rich man – Topol (Um Violinista no Telhado)

O que torna uma igreja luxuosa melhor do que essa capela? Nada
O que torna uma igreja luxuosa melhor do que essa capela? Nada

Hoje encerro a semana falando do que enxergo como o maior preconceito brasileiro. Até acho que existem sim ações contra negros, estrangeiros, mulheres, homossexuais, deficientes, etc. Mas dependendo da classe social da pessoa a situação muda. É só ver como se trata o estrangeiro que vem de um país rico e o que vem de um país pobre.

Pensando em exemplos mais próximos, existem até cenas mais fáceis de observar isso. A cor da pele muda de acordo com a alteração financeira da pessoa. O morador da periferia é negro, assume isso, por mais branca que seja sua pele. Já o morador de áreas mais de elite se vende como branco, por mais que brancos sejam apenas os dentes e o fundo dos olhos. Isso é fácil de se perceber, principalmente dentro da imensa população parda que temos no nosso país. O mestiço acaba escolhendo um grupo para se sentir parte.

Para desenvolver esse tema, escolhi uma música que ouvi num filme em uma das aulas de Sociologia do curso de Pedagogia (abandonei o curso). O filme é bem interessante, se chama Um Violinista no Telhado, recomendo pra quem gosta de musicais. A música em questão se chama If I were a rich man (clique aqui para ver o trecho do filme em que a música é cantada). Nela, o personagem principal, em uma conversa franca com seu deus, diz o que faria se fosse um homem rico.

É bem essa a pergunta que sustenta o preconceito. O que cada um de nós faria com dinheiro e por que juntar-me a pessoas que não possuem dinheiro? Parece estranho, mas muitos dos costumes aparentemente surgiram para separar parte do grupo social como os melhores, os escolhidos.

Seja um estilo musical, um tipo de literatura, uma dança ou mesmo a forma de se segurar um talher. As regras sempre parecem segregacionistas. Coisas que só um pequeno grupo de escolhidos podem ter acesso. É a entrada que custa mais caro e seleciona quem vai entrar, é o valor irreal da refeição devido ao nome do restaurante. Coisas assim acontecem a todo momento.

Ao procurar emprego também. Dependendo do bairro onde você mora fica mais difícil, mesmo que você more perto do local onde vai trabalhar. A faculdade que você fez também faz diferença, as vezes esses dois ítens mais do que a prova de admissão. Falo disso tranquilamente por nunca ter passado por esse problema, mas sim ter observado. Vi casos onde isso ficou claro. Tudo bem, isso não tem muito a ver, aparentemente, com o fator financeiro. Porém, o que faz com que se associe o bairro onde a pessoa mora e mesmo o local onde se formou com a capacidade da pessoa é sim um preconceito carregado de elitismo barato.

Como a patroa que não permite que uma empregada doméstica coma a mesma coisa que ela come, ou mesmo que use os mesmos talheres. Como execrar algo só porque não traz uma grande grife como referência. Esse tipo de comportamento social serve apenas para tentar fazer parte de um grupo restrito de escolhidos. Já vi e convivi com pessoas que tinham medo de apresentar os pais a determinado grupo de pessoas com quem convive. Isso porque os pais não comem de determinado modo, não se vestem de determinado jeito, ou, simplesmente, representam um período ou local que se quer apagar.

A questão é que não é vergonhoso ser pobre, nem mesmo é interessante ser (ou parecer) rico. O vergonhoso é não se aceitar, nem aceitar o outro. No fundo preconceito é isso ter tanto medo de se tornar algo que não compreende a ponto de passar a odiar isso no outro.

3 respostas para “If I were a rich man – Topol (Um Violinista no Telhado)”

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