Inclassificáveis – Arnaldo Antunes

Preconceitos nos isolam de tudo e todos

Depois de falar de perdas escolho outro tema ácido. O comportamento que temos diante daquilo que não conseguimos entender perfeitamente ou aceitar. O preconceito que  todos carregam em maior ou menor grau e em situações diversas. Uns separam as pessoas pela cor, outros, pela orientação sexual, outros segregam por características físicas diversas. Tem quem invente os mais diversos motivos para segregar as pessoas. Time de futebol, religião, cor da roupa, modo de falar, modo de andar, conta bancária e por ai vai.

Não consigo ver um motivo plausível para as reações que se observam nas pessoas. Não consigo encontrar nada aceitável que leve a algum tipo de segregação. Não estou dizendo aqui que é preciso amar todas as pessoas, adorar todos, mas sim de que não existe motivo para tratar mal por algum motivo realmente superficial. Em alguns casos parece que as pessoas querem simplesmente um motivo para exterminar um determinado grupo do qual não gosta mas não sabe bem o motivo.

A música que escolhi para hoje, do Arnaldo Antunes, ex-membro da banda Titãs, foi sugestão de uma grande amiga minha. Inclassificáveis (clique aqui para ver um clipe da música) fala nas entrelinhas que o homem não é passível de classificação, é apenas homem, Homo sapiens.

Eu tenho os meus preconceitos imbecis também. A vergonha me impede de citá-los. Eu me policio o tempo todo para não ser mais um imbecil que trata os outros de maneira errada sem motivo justo pra isso. Mas para tanto, tenho que reconhecer que tenho os preconceitos. E é ai que a coisa pega. Muita gente simplesmente não aceita que tem preconceitos.

São pessoas que não sentam próximas a negros no metrô, gente que é contra itens de acessibilidade em locais públicos, não contrata gente que more em determinados bairros, acha que os homossexuais não deveriam andar nas ruas. A pessoa que ataca outra pessoa porque ela veste uma camisa de time diferente e acha isso normal. Quem acha que idoso não deveria ter assento preferencial, aliás, pra que velho sair de casa?

Alguns talvez achem que estou fazendo defesa das minorias, não estou. Apenas levantei alguns pontos que estamos cansados de ver. E muitas vezes são situações que passam despercebidas. Nossas ações podem aos nossos olhos parecerem corretas, mas será que são mesmo? Será que não temos mesmo nenhum preconceito?

Como disse antes, eu tenho os meus e os assumo, até por isso evito que eles aflorem no meu dia a dia e eu acabe fazendo besteira. Tento sempre melhorar e até destruir esses comportamentos que vez por outra aparecem na minha mente. Tento ser alguém melhor. Mais tolerante, mais afável. Se eu consigo? Nem sempre.

3 respostas para “Inclassificáveis – Arnaldo Antunes”

  1. Não sentar perto de gente sem dente é preconceito? Então eu tenho! hahaha Aqui tá cheio de gente desdentada, céus! Eu me sinto no meio de um “Além da Imaginação”, pq não consigo nem olhar… yukssss

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