It’s The End Of The World As We Know It (and I Feel Fine) – R.E.M.

Temos que ter coragem para seguir adiante buscando uma nova fonte de luz

Falei da dor das perdas que sentimos. De como é duro sobreviver a isso. Entretanto, sempre tem um entretanto, é possível tirar algo de positivo dessa dor toda. Geralmente, nos momentos de maior dor e desespero é que surgem as grandes mudanças. Saber aproveitar esses momentos de dor de forma produtiva é difícil, mas necessário.

A morte de um ente querido, a perda de um emprego, o fim de um relacionamento, qualquer coisa que cause dor não pode nos deixar inertes para sempre. Na verdade, após o desespero inicial, é preciso que sejamos fortes o suficiente para mudarmos o mundo. A música que escolhi hoje fala um pouco disso. Gosto bastante do som produzido pelo R.E.M., banda americana que nasceu em 1980. Escolhi It’s The End Of The World As We Know It (and I Feel Fine) (clique aqui para ver o clipe), porque a música fala de um mundo novo. Diz que chegou o fim do mundo que nós conhecemos e nós gostamos disso.

No fundo a proposta ideal é essa mesma. Acontecem tempestades diversas na nossa vida, coisas que mudam a direção do vento que nos empurra adiante. Essas tempestades não estão ai pra nos atrasar. Acontecem porque coisas ruins infelizmente acontecem e se nós conseguimos mudar de direção quando diante de situações críticas então significa que somos plásticos o suficiente para sobreviver nesse mundo maluco.

Um mundo, aliás, que muda a todo instante. O que é certo agora será errado daqui a uma semana. O que amamos agora será motivo de ódio daqui a algum tempo.  Essa mudança repentina de direções deixa qualquer um fragilizado, ainda mais quando se sofre algo ruim enquanto as coisas mudam e não temos tempo de nos adaptar a essas mudanças.

É como estar num longo relacionamento, de repente ele acaba e a gente não sabe mais o que fazer. Não sabe mais paquerar, não sabe mais sair de casa, não sabe nem mais ir o que comer sozinho. O mundo muda nesse tempo em que você. É a sensação de chegar num novo emprego, onde não se conhece ninguém. As pessoas todas parecem apressadas aos nossos olhos, por mais receptivas que sejam. Demora até que estejamos preparados para esse mundo novo, mas temos que entrar de cabeça. Porque o mundo que conhecemos acabou, é hora de aproveitar o novo.

Acompanhar essas rápidas mudanças (ainda mais porque só sentimos as rupturas quando elas nos causam dor) é extremamente difícil. Fico pensando em crianças que perdem os pais, em pais que perdem os filhos, chefes/as de família que perdem o emprego ou simplesmente pessoas que perdem seus sonhos e desejos. Gente que tem que encontrar força para continuar seguindo em frente.

Fico pensando em mim. Nos meus sonhos irrealizados. Confesso que muitos deles ainda povoam a minha mente. Mesmo aqueles que hoje sei serem impossíveis de realizar. Tem coisas desse novo mundo que ainda são impossíveis para mim. Eu ainda vivo preso ao mundo antigo, ou pior, vivo preso a desejos antigos que sei que não vão se realizar. Fiquei pensando muito nisso durante esta semana. Será que vale a pena sonhar ou lutar por algo que não está mais ao seu alcance? Vale a pena sentir essa dor? Vale sofrer?  Às vezes penso que eu gostaria de ser tão forte quanto as pessoas que vi chorando nessa semana. Gente que certamente em breve se lembrará das lágrimas que derramou e fará delas combustível para seguir adiante no novo mundo que se formou. Será que um dia eu consigo seguir adiante?

Uma resposta para “It’s The End Of The World As We Know It (and I Feel Fine) – R.E.M.”

  1. Só eu sei quantas lágrimas derramei e também pensei que não seguiria em frente. Mas a gente segue, porque não dá pra ir pra trás. E quando a gente percebe, está em outro momento, com outro ânimo, com novos planos… e nem percebeu! Quando a gente vai seguindo, sem se preocupar muito, é mais fácil. Eu sei o que estou dizendo.
    Você vai seguir em frente e tudo vai mudar, pode ter certeza. Nada fica pra sempre, nem as coisas boas e muito menos as ruins. Beijos.

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