
As atitudes imbecis que tomamos salvos pela desculpa do preconceito nunca passam impunes. Sempre machucamos alguém ou prejudicamos grupos nessas ações impensadas. Em alguns casos o preconceito é tão forte e tão sem sentido que carregam não apenas uma pessoa, mas diversas pessoas em uma mesma direção sem sentido. Ondas de ódio que crescem e crescem a cada momento, e de repente sem qualquer motivo aparente, pessoas brigam. Surgem guerras e sangue jorra. Seja entre duas nações, seja entre duas cidades, seja entre torcedores de times diferentes, seja de adoradores de deuses diferentes. Infelizmente essas guerras nunca fazem sentido.
É claro que existem motivos políticos, disputas por terras, disputas por dinheiro, muita coisa envolvida em conflitos diversos que observamos por ai. Porém, mesmo estes motivos políticos são sempre questionáveis. É a idéia da dominação plena sempre. Talvez por isso eu tenha escolhido a música que separei. Gosto bastante de Alívio Imediato (clique aqui para ver um clipe da música), uma letra meio nonsense como a grande maioria das canções dos Engenheiros do Hawaii que fala de conflitos diversos e da busca de alívio através da chuva ou da noite. Busca-se a redenção através de algum fenômeno natural, porque provavelmente se dependermos do homem, esse alívio nunca chegará.
Não que eu seja contra a luta pelo que se acredita. Penso que em alguns casos, para defesa, é necessário sim erguer as armas e garantir a própria sobrevivência. Não se pode aceitar tudo o que surge sem se defender, sem tentar garantir a sobrevivência de seu povo e de suas idéias. Porém, sou contra o uso da força para impor algo a outrem, sempre se deve existir negociação, conversa, deve-se evitar a violência.
O que acaba incomodando mais é que quase sempre são utilizados artifícios absurdos para validar o início desses conflitos. Ai preconceitos são inventados, reforçados e ampliados. A população, que se transforma em massa de manobra, é engolida por esses preconceitos. Esse trabalho é feito de tal forma e com tanta eficiência que logo a mídia passa a vender aquilo como correto e todo mundo passa a aceitar o conflito como legítimo, inclusive apoiando as mortes geradas nos combates.
Exemplos para esse tipo de ação existem aos montes. O problema é que o que resta é sempre a versão que o vencedor tem dos fatos. Racionalizar sobre isso torna-se complexo, mas esse exercício de análise é sempre enriquecedor. Será que sempre os vencidos são os vilões? Será que existem vilões? Qual a fonte de tanta ira? Essas são algumas das perguntas que eu pretendo tentar discutir a partir de hoje, provavelmente nessa semana e na próxima. Quer citar algum tipo de conflito para ser comentado? Aguardo seu comentário.